Diferença entre risco e perigo em seu pátio logístico

Você sabe a diferença entre Risco x Perigo? Entender o verdadeiro conceito é fundamental para minimizar os acidentes de trabalho na sua empresa.

Quando o assunto é acidente de trabalho, as estatísticas são chocantes. No mundo, um trabalhador morre por acidente de trabalho ou doença ocupacional a cada 15 segundos. De 2012 a 2020, 21.467 desses profissionais eram brasileiros — o que representa uma taxa de 6 óbitos a cada 100 mil empregos formais nesse período, aponta o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Ainda de acordo com a OIT, entre os países do G20, o Brasil ocupa a segunda colocação em mortalidade no trabalho, apenas atrás do México (primeiro colocado), com 8 óbitos a cada 100 mil vínculos de emprego entre 2002 e 2020.

Com números tão exorbitantes, é fundamental que os empregadores avaliem e implementem ativamente estratégias para evitar acidentes de trabalhos. Como mostram os números, vários empregadores ainda não levam essa responsabilidade a sério. Quando se pergunta: “qual é a diferença entre risco x perigo?”, muitas pessoas não conseguem responder.

Este guia o ajudará a entender completamente qual é a diferença entre risco x perigo, e como você usa os dois juntos para garantir que seu local de trabalho seja o lugar mais seguro possível.

Vamos começar com a definição.

Muitas pessoas usam as duas palavras ‘perigo’ e ‘risco’ alternadamente como se tivessem o mesmo significado, no entanto, esses termos têm significados totalmente diferentes e funções totalmente diferentes. Vamos dar uma olhada nas definições de ambas as palavras:

Risco x Perigo

  • Perigo: algo que pode causar danos potenciais.
  • Risco: o grau de probabilidade de que o dano seja causado.
Imagem que ilustra diferença entre risco e perigo no trabalho
Perigo + Exposição = Aumento de risco

Resumindo, um perigo pode causar danos. Um risco é a probabilidade de que isso aconteça. Os dois termos funcionam juntos para permitir que os empregadores avaliem totalmente seu ambiente de trabalho para perigos potenciais e priorizá-los de forma eficaz. Vamos examinar mais a fundo os perigos e como eles podem ser identificados e categorizados.

O que exatamente é um perigo?

Muitos acidentes são totalmente evitáveis ​​e a chave para fazer isso é minimizar todos os perigos possíveis. Alguns itens são naturalmente perigosos; enquanto outros abrigam perigos potenciais se usados ​​incorretamente ou inadequadamente.


Os perigos podem ser divididos em duas categorias básicas:

  • 1. Perigo imediato – são perigos que apresentam problemas óbvios e teriam impacto instantâneo. Um exemplo disso seria o derramamento de um líquido, causando o perigo imediato de alguém escorregar e se machucar.
  • 2. Perigo oculto – esses perigos não são imediatamente aparentes e podem ter um problema mais oculto, às vezes surgindo apenas após longos períodos. Um exemplo disso seria o empilhamento incorreto de mercadoria ou o aumento do estresse no local de trabalho.

Todos os perigos, sejam imediatos ou ocultos, se enquadram em seis categorias principais.

  • 1. Físico – refere-se ao perigo estereotipado do local de trabalho em que a maioria de nós pensaria, por exemplo, problemas de iluminação, objetos obstruindo calçadas, maquinários inseguros, derramamentos no chão.
  • 2. Químico – inclui qualquer forma de líquido, vapor, poeira, fumos ou gases que possam ser derramados, vazados ou mal utilizados.
  • 3. Ergonômico – Riscos ergonômicos são todas as condições que afetam o bem-estar da equipe. Podem ser compreendidas como fatores que interferem nas características psicofisiológicas do profissional, provocando desconfortos e problemas de saúde. São exemplos de riscos ergonômicos: ritmo excessivo de trabalho, monotonia e também r riscos associados à falta de treinamento (por exemplo, movimentação manual) ou condições de trabalho inseguras que levam a lesões (por exemplo, movimentos repetitivos).
  • 4. Radiação – Este risco prevalece mais em clínicas e hospitais e abrange raios-x, raios gama, UV e microondas.
  • 5. Psicológico – Isso se aplica fortemente a todos os setores de muitas formas. Exemplos de risco psicológico incluem estresse, turnos de trabalho, problemas em lidar com o público, assédio interno e falta de autonomia.
  • 6. Biológico – Não deve ser confundido com o químico, os riscos biológicos envolvem vírus, bactérias e fungos. Isso pode acontecer por meio de mordidas, cortes ou contaminação pelo contato com uma pessoa infectada.

Avaliando os riscos em um galpão logístico ou armazém.

Agora que já sabemos a diferença entre risco e perigo. Vamos analisar os riscos dentro de um armazém ou galpão logístico e conhecer medidas para reduzi-los.

Você deve considerar os perigos e riscos causados ​​pelo armazenamento de bens e materiais como parte de sua avaliação geral de riscos à saúde, segurança e meio ambiente.

Negócios com maior risco

Todas as empresas precisam considerar os perigos causados ​​pelo armazenamento de bens e materiais, mas alguma enfrentam riscos maiores, tais como:  

  • fábricas
  • armazéns
  • lojas
  • empresas de construção
  • negócios agrícolas
  • negócios alimentícios
  • qualquer empresa que tenha que armazenar materiais perigosos, como cilindros de gás e óleo

Avaliação de risco de armazenamento 

Sua avaliação de risco deve:

  • identificar os perigos causados ​​pelo seu armazenamento de mercadorias
  • analisar a probabilidade de sua ocorrência
  • determinar quem e o que pode estar em risco

Em seguida, você precisa tomar todas as precauções necessárias para garantir que todos os riscos sejam minimizados.

Você também precisará registrar suas descobertas e lembrar-se de revisar sua avaliação regularmente.

Os tipos de possível perigo que você precisa considerar incluem:

  • mercadorias caindo de prateleiras ou prateleiras
  • alguém caindo ao subir na prateleira
  • estoque ou materiais bloqueando as rotas de saída de incêndio
  • armazenamento deficiente causando maiores riscos de manuseio manual, por exemplo, colocar itens volumosos acima da altura da cabeça
  • derramamentos de mercadorias causando danos ambientais ou aumentando o risco de escorregões e tropeços
  • exposição a substâncias perigosas mal armazenadas
  • contaminação ou perigo causado pelo armazenamento de materiais inadequados juntos
  • mal uso de equipamentos mecânico, por exemplo, cargas caindo de empilhadeiras
  • atropelamento através de veículos industriais
  • substâncias inflamáveis

Esta lista mostra apenas alguns exemplos, pode haver mais que se apliquem ao seu negócio.  Agora que você já conhece a diferença entre risco e perigo, é hora de colocar em prática.

Analise a sua empresa, indústria ou galpão logístico e verifique quais são os perigos eminentes e quais os riscos de que algum acidente aconteça.

Veja também:

CAT – Comunicado de acidente de trabalho: o que é e como preencher.
Acidentes em fábricas: como evitar?
Riscos envolvidos no processo de carga e descarga